Respira fundo e vem comigo 😉: com o desemprego subindo no Canadá, o programa de trabalhadores temporários (TFW) virou alvo de muita falação — inclusive pedido de fim total. Mas o que dizem os dados oficiais e os especialistas? Bora checar 3 afirmações populares e separar mito de realidade. 🧐

1) “O TFW está tirando emprego de canadense” — Mito ❌

O desemprego subiu para 6,9% em abril e 7,1% em agosto. Segundo o Statistics Canada, fatores como tarifas dos EUA sobre exportações canadenses, juros altos, perda de empregos industriais e austeridade em algumas províncias pesaram.

Enquanto isso, aprovações de LMIA — etapa obrigatória do TFW para provar que não há canadenses disponíveis — caíram de 71.177 no 1º tri/2024 para 53.845 no 1º tri/2025. Ou seja: menos entradas aprovadas, e ainda assim a culpa cai nos migrantes? Como diz a professora Catherine Connelly (McMaster): “não dá para ter as duas coisas”.

2) “TFWs já são quase 2% da força de trabalho” — Mito ❌

Em 2024, havia cerca de 191 mil titulares de permissão TFW — menos de 1% da força de trabalho, segundo o economista Jim Stanford. E o número repetido de “105 mil” não é de novos chegados: inclui renovações. De jan a jun/2025, entraram 33.722 novos trabalhadores, ~40% da meta anual de 82 mil.

Ah, e desde 2024 há um teto de uso do TFW: na maioria dos setores, empresas só podem ter até 10% da equipe via TFW (agricultura, construção e saúde têm exceções). Parte da confusão nas redes mistura TFW com o International Mobility Program (IMP), que não exige LMIA e costuma dar open work permit. Já o TFW é com vínculo a um empregador (closed permit), o que muda completamente o jogo.

Boatos virais falando em “15 milhões de temporários desde 2015” ou que o Canadá “importou 36,5% da população” são enganosos. A população de residentes temporários vem caindo desde o fim de 2024: de 3,05 milhões para 2,96 milhões. Nos últimos 6 meses, 90 mil a mais saíram do que entraram, segundo o StatsCan. 📉

3) “O TFW é exploratório e deve acabar” — Verdade parcial ⚠️

Relatos de abuso existem e preocupam. O relator especial da ONU, Tomoya Obokata, chamou o TFW de “terreno fértil” para formas contemporâneas de exploração, principalmente porque o status fica preso a um empregador. A saída apontada por especialistas e entidades: reforçar a fiscalização trabalhista, ampliar open work permits e criar caminhos reais para residência permanente.

Acabar com o programa, por si só, pode não resolver a exploração e ainda agravar faltas críticas em setores como agricultura e saúde — que hoje dependem desses profissionais. O foco, dizem os especialistas, é arrumar o programa, não jogar fora. 🧰

Por que isso importa? Porque a narrativa de que “migrante tira emprego” não fecha com os dados e pode desviar a atenção de soluções reais: economia mais fraca em alguns setores, transição industrial e regras trabalhistas que precisam ser cumpridas e fiscalizadas.

O que muda para você? 🧭

• Se pensa em vir pelo TFW: saiba que a empresa precisa de LMIA e você terá vínculo a um empregador. Informe-se sobre seus direitos e canais de denúncia.

• Se já está no Canadá: diferencie TFW de IMP. Open work permit dá mobilidade; closed permit exige cuidado redobrado com condições de trabalho.

• Se é empregador: reveja o limite de 10% (salvo exceções) e as obrigações de compliance. Multas e proibições podem sair caro.

• Fique de olho em propostas de ajustes no sistema: foco em fiscalização, open permits e vias para PR podem melhorar o jogo para todo mundo.

O que fazer agora ✅

• Consulte um(a) consultor(a) de imigração licenciado(a) para entender se seu caso cabe em TFW ou IMP.

• Guarde contratos, holerites e registros de jornada. Em caso de abuso, procure serviços de apoio na província e denuncie.

• Se busca vaga: olhe setores com demanda (🌾 agricultura, 🏗️ construção, 🏥 saúde) e confirme se há LMIA aprovado.

• Configure alertas de emprego e acompanhe atualizações oficiais de ESDC e IRCC para não cair em desinformação.