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Língua vêneta vira disciplina universitária no Brasil: UFSM abre primeiro curso com 15 aulas e 45 horas
29 de set. de 2025
🎓 Uma notícia que aquece o coração de quem tem raízes italianas: a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, lançou o primeiro curso acadêmico de língua vêneta no Brasil. São 15 aulas, totalizando 45 horas, com foco em competências de leitura, escrita e fala — tudo com exercícios práticos e lettorati em vêneto. 🇧🇷🇮🇹
📍 O anúncio aconteceu no Palazzo Ferro Fini, em Veneza, com a presença de docentes brasileiros e de conselheiros regionais do Vêneto. A iniciativa nasce da parceria entre a UFSM e a Academia de la Bona Creansa / Academia de la Lengua Veneta.
📚 O programa vai além da gramática: há módulos sobre cultura e história, com figuras venetófonas como Marco Polo, Tiziano e Canova, festas tradicionais como La Sensa e o Ano Novo Vêneto (Caodeano veneto), além de um panorama de dez séculos de literatura vêneta.
🗣️ Segundo estimativas consideradas confiáveis, o veneto-brasileiro (talian) é falado por cerca de 500 mil pessoas em 133 cidades brasileiras. Desde 2014, o governo federal reconhece o talian como língua reconhecida e patrimônio imaterial do Brasil. No cenário internacional, a UNESCO e o Conselho da Europa listam o vêneto no Red Book of Endangered Languages, como língua minoritária que merece proteção.
🧭 O presidente do Conselho Regional do Vêneto, Roberto Ciambetti, celebrou o acordo e falou em construir uma espécie de “Comunidade vêneta internacional e supranacional” por meio de intercâmbios culturais, políticos e econômicos. Ele lamentou que o Estado italiano ainda não reconheça oficialmente a língua vêneta — um contraste com o avanço visto no Brasil.
🧩 O professor Marcos Daniel Zancan (UFSM e Projeto Quarta Colônia) destacou, em vêneto, o valor simbólico de levar a língua-mãe para o ambiente universitário — um resgate ligado à história da imigração no Sul do Brasil e ao papel dos descendentes no desenvolvimento do país.
📈 Contexto que ajuda a entender a dimensão disso: o Brasil reúne cerca de 32 milhões de italo-descendentes e aproximadamente 730 mil cidadãos com passaporte italiano. As maiores comunidades de falantes com raízes venetas se concentram em RS, SC, PR, ES e SP — com presença forte em cidades como Curitiba, Santa Teresa e Venda Nova do Imigrante.
🗓️ E vale guardar no calendário: desde 2008, o Brasil celebra em 21 de fevereiro o Dia Nacional do Imigrante Italiano, em memória da viagem de 1874 do navio La Sofia, que trouxe centenas de venetos e trentinos para o Espírito Santo — marco da imigração em massa. Colônias históricas como Conde d’Eu e Dona Isabel (hoje Garibaldi e Bento Gonçalves), Nova Palmira (atual Caxias do Sul) e Silveira Martins ajudaram a tecer essa história.
O que muda para você? 🌟 O vêneto ganha espaço formal na universidade brasileira, abrindo portas para estudos, projetos culturais, pesquisa e valorização de identidade — especialmente para quem tem raízes no Sul e sente o talian em casa.
O que fazer agora? ✅
• 🔎 Procure no site da UFSM e do Projeto Quarta Colônia informações sobre calendário, edital e como se inscrever ou participar de atividades de extensão.
• 📝 Já fala talian? Considere certificar conhecimentos com apoio do curso e grupos de pesquisa.
• 🌐 Mora longe do RS? Busque associações venetas, casas de cultura italiana e aulas on-line de vêneto/talian para começar agora.
• 👪 Resgate em família: combine rodas de conversa em talian com avós e parentes, e registre histórias — isso vira material de estudo e memória.
• 📅 Marque 21/2 na agenda e participe de eventos do Dia do Imigrante Italiano na sua cidade.
• 🤝 É da área acadêmica? Proponha parcerias, projetos de extensão ou pesquisa sobre língua e cultura vêneta.