Um vídeo com ameaças violentas contra brasileiros viralizou em Portugal e acendeu um alerta sobre a xenofobia no dia a dia. O homem que aparece nas imagens foi detido,mas o episódio só reforça um desconforto que muita gente já sente: a sensação de não-pertencimento e o medo de sofrer ataques ou microagressões.

🚨 Os números confirmam a tendência: segundo a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), foram 109 queixas de xenofobia contra brasileiros em 2021, alta de 142% em relação a 2018 (45 denúncias). E olha que os brasileiros formam a maior comunidade estrangeira no país, com cerca de 500 mil pessoas, segundo o Itamaraty.

🗣️ Nos relatos levantados, o preconceito aparece desde situações explícitas até as famosas microagressões: elogios tortos que comparam a educação ou a qualidade do trabalho como se ser brasileiro fosse, por si só, sinal de algo menor. Em espaços públicos, há registros de xingamentos e intimidações. Em serviços de saúde, casos de recusa de atestados ou atendimentos atravessados. No trabalho, a percepção é de uma lógica que empurra imigrantes para funções mais pesadas e menos valorizadas.

🧭 Especialistas lembram: Portugal precisa de imigração — baixa densidade demográfica, interior pouco povoado e setores que dependem de mão de obra de fora. Mas faltam políticas públicas de integração e acolhimento à altura. Resultado: mais tensão social, mais ruído, mais vulnerabilidade para quem chega.

🏙️ Na prática, a condição de imigrante costuma ser lida junto da posição social. Enquanto brasileiros, angolanos, cabo-verdianos, indianos e nepaleses ocupam a base dos serviços, estrangeiros de países europeus muitas vezes nem são percebidos como imigrantes. O recado é claro: é um tema de cidadania, trabalho e respeito — tudo junto.

📌 A embaixada do Brasil em Lisboa foi procurada à época do caso e, segundo a apuração, não havia resposta até o fechamento do levantamento de relatos.

O que muda para você? 💡 É possível agir para se proteger e fortalecer a comunidade.

👉 Se sofrer ameaça ou agressão: ligue 112 na hora. Em casos não urgentes, registre queixa na PSP/GNR (pode ser online pelo portal de queixa eletrónica) e guarde provas: prints, fotos, vídeos e dados de testemunhas.

👉 Denuncie discriminação: faça a denúncia na CICDR (formulário online) e procure apoio jurídico gratuito ou associações de defesa de direitos de imigrantes.

👉 No trabalho: conheça seus direitos (contrato, salário, horas extra, férias). Para abusos, acione a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e registre tudo por escrito.

👉 Na saúde e serviços públicos: peça identificação de quem atende, solicite por escrito o motivo de recusas e protocole reclamação no Livro de Reclamações (físico ou online).

👉 Rede de apoio: compartilhe rotas seguras com amigxs, combine contatos de emergência e mantenha endereços úteis à mão: polícia local, consulado, serviços municipais de integração.

👉 Vai migrar agora? Planeje: chegue com morada temporária, documentação digitalizada, contatos de emergência e canais de denúncia salvos no celular.

Resumo amigo 😌 Ninguém está sozinho. Informação, denúncia e rede de apoio salvam o dia. E, quando a lei entra em campo, o preconceito perde espaço.