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De São Paulo a Sintra: em 10 anos, brasileiro vira diretor de vinhos em resort de luxo em Portugal
22 de out. de 2025
De um bilhete de ida e volta a uma taça sem volta. Foi assim que começou a virada de Diego Apolinário, paulistano que desembarcou em Lisboa para férias, decidiu ficar e, em pouco mais de uma década, se tornou diretor de Vinhos de um dos hotéis mais prestigiados de Portugal, em Sintra. 🍷✨
Chegou com cerca de mil euros no bolso e a experiência de restaurantes em São Paulo. Bateu de porta em porta, entregou currículos e ouviu o primeiro “sim” no terceiro restaurante. Ali, num tradicional endereço português, conheceu um sommelier “à moda antiga” — daqueles que fazem do serviço um ritual. Pronto: foi amor à primeira rolha. 🕯️🍷
A curiosidade virou rotina de estudo. Nos intervalos, livros nos jardins; perguntas sobre decantação, diferenças do Madeira, envelhecimento do Vinho do Porto… Até que veio o WSET, referência mundial em formação de vinhos. A carreira ganhou rumo.
O ponto de virada? A cozinha estrelada do Eleven (Lisboa), do chef alemão Joaquim Koeper, onde Diego encarou vinhos raros, clientes exigentes e produtores internacionais — o batismo definitivo no alto serviço. ⭐
Hoje, Diego comanda a curadoria de rótulos no Penha Longa Resort, em Sintra, há dois anos e meio, equilibrando sensibilidade na prova com gestão e estratégia para sete restaurantes diferentes. E segue no salão: é também sommelier do LAB, do chef Sergio Arola, restaurante com 1 estrela Michelin. Cada mesa, uma história. Cada garrafa, um encontro. 🥂
Depois de provar vinhos de quase toda a Europa, a conclusão é direta: Portugal é uma pérola. Em um país pequeno, há uma diversidade gigante de solos, castas e climas, perfeita para harmonizações só com rótulos locais. Ele se derrete pelos Madeiras — preciosidades que atravessam séculos — e sonha explorar mais os Açores, especialmente a ilha do Pico, onde o terroir vulcânico e o toque salino do Atlântico criam vinhos de identidade única. 🌋🌊
No caminho, nada de barreiras por ser brasileiro — ao contrário: acolhimento. O sotaque abre conversas, aproxima, humaniza o serviço. E, com orgulho, ele já mentora quem chega: brasileiros que estão começando na área e encontrando seu espaço.
Planos? Seguir aprendendo. O vinho muda, e quem serve precisa evoluir junto. Simples assim. 🍇
O que muda para você? Se a ideia é construir carreira fora do Brasil — e especialmente em Portugal — dá para começar hoje, mesmo à distância. O setor de hospitalidade valoriza estudo, prática, curiosidade e atitude.
O que fazer? (Passo a passo prático) ✅
• 📚 Estude a base: pesquise o WSET (nível 1/2) e cursos locais de vinhos e serviço.
• 🍇 Domine Portugal: revise regiões (Douro, Alentejo, Dão, Vinho Verde, Madeira, Açores) e castas (Touriga Nacional, Alvarinho, Arinto, Baga etc.).
• 📝 Monte um CV enxuto: destaque experiência em salão, atendimento, idiomas e certificações.
• 🍷 Pratique o serviço: treine mise en place, abertura de garrafas, decantação e harmonizações simples.
• 🤝 Faça networking: siga sommeliers e restaurantes no Instagram/LinkedIn; acompanhe cartas de vinhos de casas em Lisboa e Sintra.
• 🗓️ Procure experiências: busque stages e vagas de entrada em restaurantes; visite enotecas e feiras de vinhos.
• 🗣️ Idiomas contam: fortaleça inglês e, se puder, espanhol — atendimento internacional pede.
• 📌 Planeje a mudança: informe-se sobre contratos e requisitos para trabalhar em Portugal (vagas, documentação e prazos).
Resumo prático: comece estudando hoje, conecte-se com o mercado e vá ganhando chão no salão. Com constância, a sua “primeira rolha” pode abrir portas grandes. 🥂






