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Crise de moradia na Europa empurra brasileiros para albergues: caução alta, Airbnb e falta de fiador
15 de set. de 2025
🏠 De “só por uns dias” para “já faz anos”. A crise de moradia na Europa está levando muitos brasileiros a transformar albergues em residência permanente. O motivo? Cauções altíssimas, exigência de fiador local e aluguel adiantado — uma conta que poucos conseguem fechar.
😓 Em Londres, por exemplo, um brasileiro de 29 anos trabalha até tarde e volta para um quarto compartilhado com nove pessoas. Paga cerca de £ 500/mês no hostel e convive com barulho a noite toda. Já em Paris, outro brasileiro decidiu começar num hostel por € 350/mês enquanto procura algo fixo. Nos anúncios, viu quartos entre € 600 e € 650, mas com caução e, quando há agência, taxa equivalente a um mês de aluguel — além da caução que pode ir de 1 a 6 meses.
📈 O cenário não ajuda: em 2024, os preços da habitação em Portugal subiram 9,1%, quase três vezes a média europeia (3,3%). Na União Europeia, 10,6% das famílias urbanas comprometem mais de 40% da renda com moradia. O resultado extremo aparece nas ruas: 896 mil pessoas dormem ao relento na UE; em Portugal, são quase 11 mil, e 10% são estrangeiros.
⚖️ Do ponto de vista legal, hostel não é moradia. É hospedagem turística: tem regra de higiene e segurança, mas não dá a você as garantias de um contrato de aluguel residencial. Na prática, é um limbo jurídico que deixa imigrante vulnerável: paga todo mês, mas não tem os direitos de inquilino.
👥 Tem também o fator geração: muita gente vivendo o trabalho móvel, vínculos curtos e vida menos territorializada. A moradia temporária virou o novo básico para quem chega, mas isso cobra seu preço na qualidade de vida.
🏨 E as plataformas? Especialistas apontam o impacto do Airbnb ao “globalizar” o preço do aluguel. Vêm aí novas regras na UE (entrada em 2026): anfitriões terão de se registrar e compartilhar dados com autoridades locais. Algumas cidades já apertaram: Berlim permite só residência principal no aluguel de curto prazo; Amsterdã limita a 30 dias/ano; e Barcelona decidiu proibir aluguéis turísticos a partir de 2028, após ver alta de quase 70% nos preços em dez anos.
🚧 Para brasileiros, somam-se barreiras: preferência por locatários locais, renda irregular nos primeiros meses, ausência de histórico de crédito europeu e, sem passaporte europeu, exigências como um ano adiantado ou fiador.
🧭 O que muda para você? A busca por casa na Europa exige mais planejamento, documentos na mão e estratégia para não ficar preso a soluções provisórias (e caras) como hostels.
💡 O que fazer agora
✅ Planeje a entrada: considere no orçamento caução (1 a 6 meses), taxas de agência e primeiro aluguel. Simule cenários antes de fechar passagem.
✅ Documentos que ajudam: comprovantes de renda/contracheques, carta de empregador, extratos bancários, cartas de recomendação de ex-proprietários, cadastro fiscal local (ex.: NIF em Portugal), conta bancária europeia.
✅ Busque opções legais: priorize quarto em casa de família, residências estudantis, co-livings regularizados e contratos por escrito. Evite hospedagem “informal” sem recibo.
✅ Conheça as regras locais: verifique se o imóvel é residencial (e não alojamento turístico). Em cidades com limites ao aluguel de curto prazo, isso pode afetar sua permanência.
✅ Garantias alternativas: pesquise seguros-fiança e garantias públicas/privadas (ex.: programas tipo Visale na França), ou garantia bancária quando possível.
✅ Estratégia de localização: amplie o raio para cidades-satélites com transporte bom, onde a oferta é maior e o preço cai.
✅ Evite ciladas: nunca pague sem contrato e recibo. Desconfie de “negócios fáceis” em grupos. Pesquise o proprietário e peça prova de titularidade.
✅ Rede de apoio: procure associações de inquilinos, universidades, serviços municipais de habitação e o consulado para orientação jurídica.
🤝 Pode ser uma travessia dura, mas com informação, plano e rede, dá para sair do improviso e conquistar um teto que seja seu. Força na caminhada — e conte com a comunidade! 💪
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