Início
Crise de TI em Portugal: brasileiros recrutados esbarram na AIMA e na “declaração de honra” de moradia
8 de dez. de 2025
Portugal precisa de gente de TI — e rápido. A falta é estimada em cerca de 20 mil profissionais. Muitas empresas estão buscando esse talento no Brasil, trazendo gente qualificada com contrato assinado e visto em mãos. Só que, na hora de regularizar a vida por aqui, o caminho trava na AIMA (agência de imigração). 😕
O ponto mais sensível? A exigência da “declaração de honra de moradia”, um documento extra, assinado pelo proprietário do imóvel, dizendo que a pessoa realmente mora ali — mesmo com contrato registrado nas Finanças. Quando o dono do imóvel não quer assinar, o processo simplesmente não anda.
Tem mais: profissionais relatam pedidos de antecedentes criminais com Apostila de Haia no meio da renovação, além de atrasos que impedem viagens a trabalho, reagrupamento familiar e até acesso a crédito. A frustração cresceu a ponto de brasileiros começarem a se organizar para criar uma associação com foco em visibilidade e apoio jurídico. 💬
Casos reais mostram o tamanho do nó:
• Fernanda Coelho, engenheira de dados, quer dar voz a quem chegou recrutado por empresas portuguesas e hoje enfrenta instabilidade: atrasos da AIMA, reagrupamento travado e a famigerada declaração de moradia.
• Fernanda de Castro, analista de dados, entrou com visto D3 em 2022, contrato registrado nas Finanças — e ainda assim ouvir dizer que precisava da carta de compromisso de honra. A proprietária não quis assinar. Resultado: renovação parada desde junho, sem poder viajar nem solicitar empréstimo.
• Arthur Costa, engenheiro de desenvolvimento no Porto, entregou tudo presencialmente. Depois, surgiram novas exigências: antecedentes apostilados e assinatura do proprietário sob juramento de honra. Sem autorização válida, não pode sair de Portugal, mesmo com um caso grave de saúde na família no Brasil. 💔
• Felipe Pereira, diretor em Setúbal, viu o status mudar de “Aprovado – aguardando cartão” para “Recusado” e voltar a “Aprovado” depois de comprovar situação regular nas Finanças e Segurança Social. Sem o cartão, não conclui troca da CNH, não tem livre trânsito na UE e não consegue ajustar domicílio fiscal.
No pano de fundo, o governo aprovou um pacote anti-imigração que limita o visto de procura de trabalho aos qualificados, prometendo “facilidades”. Só que essas mudanças ainda não foram regulamentadas, e quem já está no país sente o peso da burocracia do mesmo jeito.
A AIMA lançou em novembro um site de agendamento para profissionais qualificados, mas as queixas continuam. Procurada, a agência não respondeu. 🕐
O que muda para você? Se trabalha em TI (ou é qualificado) e está em Portugal — ou chegando —, prepare-se para documentos extras e para provar moradia além do contrato de aluguel.
O que fazer agora? ✅
• Alinhe com a empresa/recursos humanos: confirme quais documentos a AIMA pode pedir (incluindo declaração de honra de moradia e antecedentes com Apostila de Haia).
• Converse cedo com o proprietário: explique a exigência e combine a assinatura da declaração por escrito. Guarde e-mails e mensagens.
• Mantenha tudo em dia: Finanças e Segurança Social regulares, contratos e comprovantes organizados.
• Use o site de agendamento da AIMA para profissionais qualificados e monitore o status com frequência.
• Evite viagens internacionais enquanto a autorização de residência estiver em análise, para não correr riscos no retorno.
• Se o processo travar, busque apoio jurídico e conecte-se a redes/associações de brasileiros qualificados para orientação coletiva.
Com informação e organização, dá para reduzir o estresse e ganhar tempo nesse caminho. Força por aí — você não está só! 💪🇵🇹🇧🇷





