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Mercado imobiliário do Canadá deixa de ser 'porto seguro': queda recorde, juros ainda altos e impacto das tarifas dos EUA
13 de out. de 2025
🏠🇨🇦 Por muitos anos, quando a economia do Canadá dava uma balançada, o mercado imobiliário segurava a onda. Desta vez, o abrigo ficou instável. Com a pior correção de preços já registrada e a pressão das tarifas dos EUA na nova fase da guerra comercial, o setor deixou de ser o “porto seguro” da economia.
📉 Entre o início de 2022 e o fim do ano passado, os preços das casas caíram 16,8% — um choque que esfriou o apetite de compradores. Muita gente percebeu, na prática, que imóvel tem risco. Mesmo com o Bank of Canada cortando juros três vezes no ano (a última em setembro), o mercado não reagiu.
🧮 O peso das estruturas residenciais no PIB, que era de 9% em 2021, caiu para 6,4%. No emprego, a venda/locação recuou 0,5% no ano e a construção de novas casas, 0,8%, superando as perdas do setor privado em geral. Em vez de puxar a retomada, a habitação está puxando para baixo.
⚙️ Do lado externo, as tarifas impostas pelos EUA subiram o desemprego e bateram forte em setores como aço e alumínio. A economia já registrou contração trimestral e pode entrar em recessão se a pressão continuar — deixando compradores ainda mais cautelosos.
💸 Acessível não está: mesmo após a queda, os preços voltaram a níveis de 2021, com hipotecas ainda mais que o dobro do custo médio da década anterior. Quem tem taxa variável ou precisa renovar está sentindo o bolso e, em muitos casos, sendo forçado a vender.
🏗️ Em Toronto e Vancouver, uma leva de condomínios iniciados no pós-pandemia está sendo entregue agora, gerando excesso de oferta, pressionando revenda e até aluguéis. Incorporadoras pisaram no freio: Vancouver teve o menor início de obras residenciais desde 2009 no fim do ano passado; Toronto caiu ao menor nível desde 2007 no 2º trimestre deste ano.
🧠 O recado dos especialistas: uma geração inteira está aprendendo que imóvel tem ciclo (Robert Kavcic, BMO). Pode ser um ciclo longo de baixa (David Rosenberg). A bolha ficou clara e o capital institucional está na arquibancada (Adrian Rocca, Fitzrovia).
O que muda para você? Se a ideia é comprar, vender ou investir no Canadá, o jogo ficou mais técnico e menos “vai que dá”. É hora de número, calma e estratégia. ✍️
O que fazer agora? ✅
• 🤝 Negocie forte: com demanda fraca e mais oferta, teste propostas abaixo do pedido (5% a 10%) e peça incentivos (fechamento, upgrades, aparelhos).
• 🧾 Simule cenários de juros: inclua renovação (3 e 5 anos), amortização e seguro. Prefira taxa fixa se o orçamento é justo.
• 🛟 Monte reserva: 6 a 12 meses de moradia (hipoteca/condo/taxas). Sem isso, melhor esperar.
• 🗺️ Amplie o mapa: avalie cidades além de Toronto/Vancouver. Mercados satélites podem oferecer preço/metro e aluguel melhores.
• 🧱 Pré-construção: revise contrato, multas e cronograma; garanta carta de financiamento e confira se o aluguel projetado cobre a hipoteca.
• 🏦 Vai renovar? Fale com o banco 6–12 meses antes, cota portabilidade, considere alongar prazo com cautela e avalie amortização pontual.
• 📉 Aluguel: com mais unidades chegando, peça desconto, meses grátis ou vaga de garagem incluída. Mercado de locação também negocia.
• 📊 Acompanhe dados: decisões do Bank of Canada, inflação e empregos. Mudou o cenário? Recalcule a rota antes de assinar.
Com calma, número na ponta do lápis e olho clínico, dá para transformar esse momento turbulento em oportunidade bem pensada. 💡






