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Shutdown nos EUA trava vistos de trabalho: o que muda para brasileiros e como se planejar
28 de out. de 2025
🚨 Shutdown nos EUA desde 1º de outubro já está mexendo com a vida de quem depende de vistos de trabalho e processos migratórios. Não é apagão total, mas o efeito dominó pegou: alguns órgãos seguem, outros estão parados — e é aí que nascem os atrasos.
O que ficou de pé? O USCIS (financiado por taxas) continua operando. Onde travou? O Department of Labor (DOL), que depende do orçamento aprovado pelo Congresso, está parado. Resultado: etapas como prevailing wage, LCA e PERM estão congeladas — todas rodam no sistema FLAG, fora do ar desde o início da paralisação.
Consulados e embaixadas dos EUA no Brasil seguem funcionando, mas com filas maiores e atualizações limitadas nas redes oficiais. Fronteiras e aeroportos estão abertos (CBP e TSA são serviços essenciais), só que com inspeções mais demoradas.
Quem sentiu primeiro? Estudantes e recém-formados. O E‑Verify, usado por empresas para validar autorização de trabalho, ficou fora do ar por quase uma semana, travando estágios e contratações. Voltou em 7 de outubro, mas o susto mostrou a fragilidade do sistema quando um órgão para.
O impacto mais duro aparece nos vistos baseados em emprego. Sem aprovação de prevailing wage, LCA e PERM, não dá para avançar com H‑1B nem com green cards por oferta de trabalho — mesmo que o seu caso esteja ok no USCIS. Segundo o especialista Fabiano Rocha (Jumpstart Immigration), entre 40 mil e 80 mil profissionais podem estar “presos” no emprego atual até o DOL voltar.
E aquela polêmica da taxa de US$ 100 mil no H‑1B para pedidos feitos fora dos EUA? Gerou pânico, mas depois veio esclarecimento: segundo o especialista, quem já está nos EUA não seria afetado; a cobrança miraria pedidos feitos do exterior. Se esse for o seu caso, vale confirmar com a sua consultoria ou advogado antes de qualquer passo.
Com o DOL travado, empresas estão correndo para rotas que não dependem dele: o O‑1 (habilidades extraordinárias) e o EB‑1 (green card por mérito) ganharam força. 2025 já bateu recorde de 85 mil green cards por mérito. A tendência? Uma certa “pejotização migratória”, com vistos de empreendedor e de autônomo ganhando palco.
Para brasileiros, o efeito é menor que para indianos e chineses (que dominam o H‑1B). Estimativa citada por Rocha: menos de 3 mil brasileiros/ano aplicam ao H‑1B e só um terço (cerca de 900) pode sentir o baque direto. Quem já está com processo dentro dos EUA tende a seguir quase sem prejuízo; o maior risco recai sobre quem começa do Brasil.
Tem mais: a “loteria” do H‑1B mudou. O sorteio agora prioriza faixas salariais. Com isso, mestres e doutores (salários mais altos) ganham vantagem; recém-formados veem a chance cair de ~20% para algo perto de 10% — ainda sem dados oficiais, mas a tendência é clara.
Resumo da ópera: o shutdown é temporário, mas o acúmulo que ele cria pode durar meses depois do fim. Respira, organiza a casa e ajusta o plano. 😉
O que muda para você? 🔎
• Se seu processo depende do DOL/FLAG (prevailing wage, LCA, PERM), prepare‑se para atrasos.
• USCIS segue processando, mas pode ficar esperando etapas do DOL.
• Consulados: agendamentos e respostas mais lentos.
• Viagens: fronteiras abertas, mas com filas e inspeções mais demoradas.
• Estudantes/OPT: o E‑Verify voltou, mas confirme com a empresa se há pendências.
O que fazer agora? ✅
• Mapeie seu caso: ele depende de PERM/LCA/prevailing wage? Se sim, ajuste cronograma e expectativas.
• Fale com sua consultoria/advogado: peça um plano B e datas de revisão.
• Aplicando do Brasil? Considere alternativas que não passam pelo DOL, como O‑1 (portfólio forte) e EB‑1.
• Organize provas: prêmios, publicações, cartas de recomendação, liderança, impacto — isso ajuda em O‑1/EB‑1.
• Se vai viajar: leve carta do empregador, contrato, comprovantes de vínculo e itinerário.
• Estudantes: cheque E‑Verify com RH e mantenha I‑20/SEVIS em dia.
• Acompanhe canais oficiais (USCIS, DOL, Consulado): mudanças saem primeiro lá.
• Evite decisões apressadas: o cenário pode normalizar, mas os efeitos residuais vão exigir paciência.
Com calma, organização e um plano de rota alternativa, dá para atravessar esse período sem perder o rumo. 💼🧭






